Poderia ser uma terça-feira qualquer, se não fosse a sua
lembrança que insistentemente se mantém em minha mente.
Aquela terça-feira em que nós dois, sentados ao pôr- do-
sol, admirávamos os encantamentos que aquela vista nos proporcionava, mas, aos
poucos, os raios do sol se fizeram escuros, assim, como os nossos sentimentos.
Tornei-me cega depois que partiste, o tato já não sente, e
os ouvidos perderam a melodia que só pertencia à sua voz, a onde estarei eu sem
o seu amor? Para onde irei?
São as mesmas perguntas que a mim faço, pois, mesmo te
amando, tive que partir, não por vontade própria, mas, era necessário naquele
momento.
Preferia lançar-me ao chão, agarrar tuas vestes e então
deixar-te ir nu, para que o frio o fizesse lembrar dos momentos que passamos
juntos, mesmo que já não possas retornar.
Na verdade, eu queria que você tivesse me segurado firme,
não tivesse me deixado partir, queria que você tivesse colado em mim, queria
que você tivesse segurado firme em minha mão e falado que nenhuma dor seria
pior do que a dor da minha ausência.
No dia de tua partida, sequer ouviste meus gritos clamando a
Deus, pedindo que arrancasse essa dor de mim. Sequer pensaste em mim quando
decidiu que partiria. Poderia eu mudar-te, obrigar-te a ficar comigo, se assim
não o desejava?
Talvez não, talvez sim, eu nunca saberei essas respostas,
pois, nada voltará a ser como antes, quando jovens, nosso único objetivo era
ficarmos juntos... E as lembranças, não são mais suficientes para que o tempo
volte a nos unir novamente...
Então, se estiver me ouvindo nesse exato momento, peço que
saia da minha cabeça e me deixe viver essa vida escura, saia dos cantos da
minha alma, enquanto ainda posso respirar.
Sairei, mas, levarei comigo, a lembrança daquela terça feira
ao pôr-do-sol....
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