19 de jun. de 2014

Revivendo rascunhos.

Postado por AnaBaú às quinta-feira, junho 19, 2014 0 comentários
A quanto tempo estou aqui? Já nem me recordo, me parece uma eternidade. Não entendo como cheguei e por mais que eu procure não encontro uma saída. É estranho, mas sinto-me confortável. Aqui dentro as paredes são ásperas, grossas como se quisessem me proteger. Já perdi me ponto de referencia a muito tempo, cada passo me leva a em lugar mais escuro, quente, denso, há um lugar desconhecido Neste lugar quanto mais ando mais longe fica, cada passo uma dor, e uma dor cada coisa que faço, faço para agradar a alguém cheios de lembranças, cheios de coisas na cabeça, cheios de tudo, cheio de tentar consertar o que quebrei, cheio de se fingir de besta, mas acabou não farei nada para agradar os outros, não me interessa o que os outros falam e que pensam de mim, mas sim o que eu penso, e devo fazer coisas novas coisas que nunca fiz e que um dia irei fazer...

Não encontro um antídoto para entender que tudo terminou.

Postado por AnaBaú às quinta-feira, junho 19, 2014 0 comentários
Postado por AnaBaú às quinta-feira, junho 19, 2014 0 comentários
A casa está vazia como nunca esteve antes. Não há um mínimo ruído, um sinal de calor. Tudo o que há é silêncio e frio.
A noite está escura como nunca esteve antes. Não há um mínimo sinal de luz para guiar um andarilho perdido. Tudo o que há é escuridão e frio.
Dentro está vazio, escuro e frio como nunca esteve antes. Não há um mínimo ruído, ou sinal de luz, ou traço de calor.
Talvez quando alguém chegar nada mais fará sentido. Não terá restado um mínimo sinal de vida ou do porquê de vivê-la. O coração sente-se cansado e o frio apenas o faz sangrar mais.
A casa está vazia e fria como nunca. Eu deito e descanso até que eu não precise mais acordar.

13 de jun. de 2014

Postado por AnaBaú às sexta-feira, junho 13, 2014 0 comentários
Alguém vai estar esperando quando você chegar em casa. O céu pode esperar por você um pouco mais. Fico na porta te esperando com os braços abertos, mas você nunca vem. Eu posso esperar por você, mas não sei quanto.
Você ainda é a menina dos meus olhos, pequenina, que ainda tem medo do bicho-papão, que ainda quer colo, abraços fortes e muitos beijos. E você ainda espera que alguém esteja na porta esperando você chegar, mas ninguém nunca está.
Eu ainda sou uma mulher, as vezes doce, as vezes amargurada, que espera alguém chegar para cuidar. Ninguém nunca chega. É preciso sair de casa para buscar lenha, o fogo aquece a casa, mas não aquece o coração.
As duas vivem em mim, mas nunca se cruzam, nunca se encontram, mas ambas esperam.
Uma corre na chuva enquanto a outra corre da chuva.
Uma suja os pés na terra, a outra lava calçados.
Uma lambuza os dedos na cobertura do bolo, a outra separa os ingredientes.
Ambas em mim,
ambas feridas,
esquecidas,
sempre presentes,
dores ausentes,
lembranças ardentes,
medos inconfessáveis,
sonhos encantados,
até quando aprisionados?
 

Uma capirotinha. Copyright © 2012 Design by Antonia Sundrani Vinte e poucos