21 de mai. de 2017

Postado por AnaBaú às domingo, maio 21, 2017 0 comentários
Chove.
As gotas escorrem sobre mim e o meu corpo pinga.
Você se aproxima e o meu corpo estremece,
Teus olhos sobre mim chegam como uma ventania,
A tua língua marca no corpo o caminho dos raios,
Quer ouvir os trovões do meu desejo ecoando pelo céu da minha boca.
E o seu corpo pinga.
Escorre pela minha boca.
Brota de minhas entranhas como cascata natural.
Inunda meu ser com o seu líquido que agora é meu.
Aos poucos estamos criando uma nova estação,
Chuva, suor, saliva e gozo.
O ego está inundado, inebriado pelo mais suave aroma.
Escava em mim a sua gruta,
Faz de mim a tua morada,
Explora as joias enterradas.
Tira tudo de mim,
Rouba tudo o que eu tenho.
Chove em mim,
Molha a minha cara,
A minha vergonha,
O meu medo,
O meu desejo.
Esfrega com força e arranca o meu passado,
Agora eu sou tua terra, toda nua, tua propriedade.
Explora-me, revira-me,
Reivindica até que a minha boca se abra
E receba a chuva sagrada que só é armazenada em ti.
Chove em mim,
Me lambuza, me marca, me prende.
Me deixa pingar.

Orgasmos e lágrimas

Postado por AnaBaú às domingo, maio 21, 2017 0 comentários

Foi tão lindo que parece mentira. Ontem você me deitava na cama e me fazia sentir a mulher mais desejada do mundo. Eu fecho os olhos e ainda posso sentir a sua língua quente passando pelo meu corpo e me arrancando arrepios. O rastro molhado, o hálito quente no meu pescoço, as suas mãos fortes, a sua cabeça entre as minhas pernas, os seus cabelos entre as minhas mãos, os nossos gemidos.
O meu olhar safado entre as suas pernas, as mordidas nas coxas, o cabelo que insistia em entrar na boca, os nossos risos, o modo como você me puxou para cima e me fez cavalgar pelas pradarias mais verdes que eu já vi. Com você eu fui cavalo indomado que corre em direção à liberdade.
A sua delicadeza e ao mesmo tempo firmeza, a forma como olhava pra mim e me fazia queimar de desejo e ao mesmo tempo acalmava os meus mares interiores. A sua boca na minha orelha, o seu gemido, o seu grito, o seu orgasmo, o meu deleite.
Como posso esquecer da forma como você me pegou pelos cabelos e me trouxe até você, como esquecer do seu cheiro na minha pele, do seu gosto na minha boca, da minha vida nas suas mãos. E o meu riso, ele nunca mais foi o mesmo sem você;
Desta vez é o meu orgasmo que invade o cômodo, lambuza a sua cara, a sua roupa, a sua alma. E sobre a minha pele correntes elétricas se misturam com terremotos marítimos, eu me agarro em você por pensar que não vou aguentar tanta intensidade. Desmaiamos.
Ontem eram orgasmos, hoje são apenas gotas salgadas que escorrem pela minha face. Se eu dissesse que eu estava completamente entregue à você, você retornaria e me amaria? Hoje não restou um orgasmo sequer, apenas lágrimas que apagaram um fogo que não acende mais.

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Postado por AnaBaú às domingo, maio 21, 2017 0 comentários
"Apenas um beijo (cinco)/ Apenas um toque (quatro)/Apenas um olhar (três)/ Apenas um amor (dois)/ Um". 
Há uma música ao fundo cantando “São precisos dois. Dois lados de uma mesma história. Não só eu, não só você” . Eu ouço enquanto espero você chegar. Quem seria louca o suficiente, pra ficar acordada até as três da manhã depois de um dia cansativo esperando você chegar? Eu, é claro. “Me espere sem nada” você diz. Aqui estou eu, nua, sentindo uma brisa fria passar pelo meu corpo, desejando que a sua brisa quente me faça evaporar.
Vem, me chupa pela última vez. Quero sentir sua língua quente e úmida nas minhas costas, nas minhas coxas, na minha boca. Suas mãos percorrendo o meu corpo, acariciando, apertando, esmagando, acalmando, acolhendo. Quero que me traga para o seu corpo e diga no meu ouvido “eu vou te fazer mulher, custe o que custar essa noite”. Hoje não tenho máscaras para tirar, meu querido. Venha e me pegue crua, nua, totalmente entregue às suas ordens, lembrando que esta é a ultima vez. Me faça gozar na sua cara, na sua boca, nas suas mãos para que eu não esqueça que um dia te pertenci. Permita que eu entre no paraíso uma vez mais, não me negue os campos do paraíso que só alcancei com você.
Talvez você não entenda porque esta será a última vez. Mas, ouça meu querido, enquanto eu lhe pertencer, não serei mais minha. A música continua “Encarei meus demônios, sim, paguei minhas dívidas, precisei crescer” e você foi quem me colheu verde no pé e esperou até que eu estivesse no ponto para aí sim me comer. Fez com que eu descobrisse a suculência, os sabores que carrego comigo, descobri que existem sementes em mim que podem gerar muitos frutos. Ouça querido, você não me fará mulher nesta noite, porque me fizeste mulher no instante em que despertou a seiva que há em mim. Por mais que você me faça sentir viva, eu sou minha, eu me pertenço. Você me apresentou ao seu paraíso, mas quem deve iniciar as plantações do meu próprio paraíso sou eu. Então vem, não demora, me chupa, soca em mim, me faz mulher, me lambuza com as suas sementes, que depois eu vou sair pelo mundo distribuindo as sementes que um dia pensei serem inférteis e que hoje podem produzir graças a você.
Obs: o texto faz referência à duas músicas: “Forbbiden Love” da Madonna e “It Takes Two” da Katy Perry.

Desconhecido

Postado por AnaBaú às domingo, maio 21, 2017 0 comentários
Silêncio.
Olhos nos olhos. O encaixe perfeito. As mãos estão unidas e a cavalgada segue pausadamente. Suspiros. Eu sei que você espera que eu seja uma menina ingênua na cama, e eu tento, mas não consigo renunciar aos meus gemidos.
Enquanto minha boca desliza pelo seu pau, os seus dedos deslizam sobre o meu clitóris. Vou brincando sem pressa, lambo as bolas, mordo a coxa, dou linguadinhas na cabecinha e ouço você suspirar. Eu gostaria que você me dissesse o que sente.
Escolho a camisinha de uva, louca para fazer uma brincadeirinha. Te olho e mordo o lábio, você diz que me quer de quatro. Empino a bunda e você me pega pela cintura e entra gentilmente, dou uma rebolada e peço mais, quero senti-lo profundamente até o talo.
- Me pega com força vai ... mete todo esse pau gostoso, com força, vai ...
Empurro meu quadril pra trás, quero sentir mais, mas você permanece imparcial, seja de lado, de costas ou cavalgando. Tenho vontade de te dar um tapa na sua cara para ouvir algum som mais estridente saindo de você.
Cavalgo você como uma amazona que vai para a guerra, com ritmo e pressão e percebo que você me devora com os olhos. Eu sei que logo vou gozar, mas não me darei por vencida. De súbito você reage e me joga na cama, pega meu cabelo e me fode como um animal, gozamos.
Tomamos uma chuveirada e voltamos para a cama, nos abraçamos ofegantes e em silêncio. Sorrio tentando não demonstrar o quanto isso me incomoda. Vou beijando você calmamente, dou uma lambida no seu mamilo, mordo sua orelha porque sei que é o seu ponto fraco, puxo seu brinco com a língua, te olho e sorrio de novo.
- Porque você está rindo?
- Por nada - e sorrio de novo - No que você está pensando?
- Em nada ... foi bom pra você?
- Foi ótimo! E pra você?
- Também ... vamos?
- Vamos.
Num instante estávamos vestidos, entramos no carro, pagamos o motel e saímos. No caminho para casa ele me olha e diz:
- Você é bem soltinha na cama hein?
- Pois é - digo sorrindo e penso - você não viu nada, querido.
- Você já saiu com muitos caras?
- Alguns ...
Depois disso eu tive certeza de que nunca mais nos veríamos e assim foi. Iniciamos e terminamos em silêncio, quase anulando tudo o que aconteceu entre nós.

Para não esquecer parte 1

Postado por AnaBaú às domingo, maio 21, 2017 0 comentários
Carta aos homens da minha vida.
Talvez o primeiro não tenha sido o mais especial, mas com certeza teve um papel importantíssimo para a história que se seguiu. Talvez Alexsander não tenha sido o melhor cara com que transei, mas foi o primeiro. Aquele que abriu as portas e retirou as correntes que me prendiam. Como esquecer da sensação quente e úmida da língua deslizando suavemente pelo meu clitóris? Os orgasmos múltiplos que se seguiram, as mãos firmes segurando minhas coxas me trazendo cada vez mais pra perto... O sangue ... como se o cordão umbilical tivesse sido cortado novamente. O sorriso e a sensação de amor, que na verdade era encantamento e que hoje já não é mais nada.
Também não posso esquecer do Luís, o primeiro tapa na cara, a primeira marca da violência que ficou estampada em meu corpo e foi a porta de entrada para todas as outras.
O Pablo, no quarto de motel, o quase orgasmo, a frase "eu sei quem você é".
As inúmeras chupadas em pessoas que não possuem nome, nem cara. No carro, no banheiro, no sofá ... A língua quente que novamente veio me presentear com inúmeros orgasmos ... os puxões de cabelo, os tapas na bunda, a porra espalhada pela cara, pelos seios e pela alma.
Ao pintor que transformou meu corpo em sua tela, que me brindou com novas posições e cores ... a camisinha de caipirinha, uva, menta, chocolate, o óleo escorrendo pelas minhas pernas e que nunca me levou ao orgasmo.
Ao estrangeiro que me permitiu conhecer outras terras em seu corpo, pela descoberta de um novo orgasmo, pelos xingamentos em outra língua, pelo tapa na bunda, a mordida do peito, o arranhão nas costas, a chupada nas bolas e o dedo que escorregou sem querer e logo se transformou em dois ... em cavalgada.
Ao cara que gostava de transar no escuro: - Pra que ver, se você pode sentir - dizia ele. Ao seu orgasmo silencioso e ao meu orgasmo estridente, suponho que um dos melhores da minha vida. Ao quase filósofo, pelas discussões pós-orgasmo.
Esta pequena carta dedica-se também aos que virão, aos caras que irão para casa sem se preocupar com o meu orgasmo, aos que tornarão meu orgasmo uma obrigação, aos que me tratarão como uma rainha e aos que me farão sua putinha.... Aos que tentarão me colocar uma coleira e aos que sentirão o peso do meu chicote...
Enfim, aos homens que permitem que a minha vida nunca seja a mesma. Hoje eu sei que o amor não tem nada a ver com uma experiência inesquecível.
 

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