30 de jan. de 2015

Postado por AnaBaú às sexta-feira, janeiro 30, 2015 0 comentários
Onde estão os sentimentos profundos que tive por você? 
O seu corpo já não é suficiente para tocar meu coração. Os beijos e orgasmos se tornam vazios quando alcançados sem alma. Eu preciso sentir mais profundamente. Você vem vazio e acaba por esvaziar-me também. Você se vai e eu fico esperando até que você venha novamente, na esperança que possas me preencher. Ledo engano. Tu vens vazio novamente e rouba o resto de vida que havia em mim. E quando me dou conta não há mais nada de mim aqui e nem de você, se um dia houve, levou-o embora faz tempo e esqueceu de devolver-me. 
Aqui estou eu tentando recuperar tudo o que havia de bom em mim e você levou. Devolva-me minhas flores, devolva-me minha inocência, minha pureza e encantamento. Devolva-me a safadeza, a  criatividade, a manha. Devolva tudo aquilo que lhe dei e que nunca foi suficiente pra você.
Postado por AnaBaú às sexta-feira, janeiro 30, 2015 0 comentários
Deite-me na sua cama e tire minha roupa.
Toque meu corpo como se eu fosse uma delicada flor,
me segure como se eu fosse uma alma fugitiva.
Ata-me, ama-me,
Pegue a parte que mais lhe apetecer, mas não esqueça,
independente da parte (minha) que tenha,
ainda há uma mulher inteira que vive aqui (dentro, em mim).


Substituto do amor.

Postado por AnaBaú às sexta-feira, janeiro 30, 2015 0 comentários
Em uma noite de chuva encarei meus medos e resolvi me molhar, mesmo correndo o risco de ficar doente. Eu fechei os olhos e me entreguei à cada gota que tocou meu corpo, eu me entreguei aos corpos que me acolheram, eu me entreguei àquilo que sempre desejei e temi.
Eu quis experimentar uma parte de mim que estava esquecida, busquei então mais chuva, encantava-me por temporais, e queria sentir a eletricidade de um raio atravessando meu corpo fazendo-me tremer. Eu quis que outros corpos me acolhessem, eu quis sentir o gosto das frutas exóticas, eu quis conhecer novos territórios. E eu conheci, dia após dia, passo a passo, eu peguei minha mochila e me abandonei em casa. Andei por onde tive vontade, corri riscos, sofri alguns arranhões, mas eu pude ver o céu de uma maneira que ninguém mais viu. Eu pude tocar a face das estrelas, eu pude banhar-me à luz da lua, eu pude ser aquecida pelo mais brilhante sol.
Até que um dia as estrelas pareceram se afastar, a lua já não aparecia no céu e o sol já não aquecia. Hora de voltar pensei. Revivi as últimas paisagens até me encontrar novamente em casa, segura. Desde aquele dia observo a chuva pela janela, sem coragem de abrir o vidro. Mas isso não quer dizer que toda a viagem não valeu a pena. Eu nunca mais serei a mesma, afinal eu encarei meus medos, ao menos uma vez.
 

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