29 de jun. de 2013

Postado por AnaBaú às sábado, junho 29, 2013 0 comentários
Eu busco alguém que se chama eu.
Que tem um nome, Ana.
Que tem uma face,
olhos, boca e tudo mais.
Que possui longas unhas,
e mãos cheias de caminhos.
Poderiam esses caminhos me levarem até aonde eu estou?
Poderiam esses olhos me mostrarem quem eu sou?
Poderiam essas unhas abrirem novos caminhos sobre a minha pele?
Eu busco alguém que tem um nome, Ana.
Que tem sonhos,
medo, tristeza e tudo mais.
Que sente o maior amor do mundo,
e esse amor nutre.
Poderia esse amor nutrir todo o meu corpo?
Poderia esse amor nutrir meus sonhos?
Apagar o medo? E acalentar a tristeza?
Eu busco alguém que tem um nome, Ana.
Ana, sou eu.
Ana, são tantas pessoas.
Ana sente medo.
Ana ama.
Ana não sabe onde está agora,
e por isso estou buscando-a.
Postado por AnaBaú às sábado, junho 29, 2013 0 comentários
Andando sem direção dentro da minha mente.
Sou eu e ela, e juntas formamos nós.
Nós que prendem e sufocam, e que estão me impedindo de seguir.
Eu mesma sou o que me prende.
Penso que um voo perfeito me libertaria de tudo, somente abrir as asas e saltar, indo direto para o infinito.
Um mergulho dentro do nada, que seria o meu tudo.
As vozes que estão em minha mente, são minhas.
Vozes opostas que me deixam sem saber para onde ir.
Uma não pode ir sem a outra.
Há alguém em minha frente me olhando com olhos doces, esses olhos parecem que entendem o que sinto.
Mas será que entender é o suficiente para libertar?
Que mundo é esse que existe dentro de mim, que me impede de viver um mundo que existe fora.
Penso que deveria abandonar de vez as pessoas que amo, para deixá-las viver em paz.
Penso que deveria abandonar de vez as pessoas que amo, para viver em paz.
O silêncio e o barulho na minha mente me entorpecem.
Cada dia é um novo nó que se forma, e parece que o dia em que irei desatá-los fica cada vez mais distante.
E enquanto esse dia não chega, sigo eu, aqui, andando sem direção dentro da minha mente, tentando encontrar maneiras de desatar os nós que são eu mesma.
Postado por AnaBaú às sábado, junho 29, 2013 0 comentários
Já não me entendo mais, a minha pintura está borrada.
As perspectivas para o futuro existem, mas nada me leva pra frente sozinha.
Meu passado e meu presente se mesclam, e parece impossível desassociá-los.
Metade criança, metade mulher.
Uma metade que teme, outra que quer.
As duas se escondem.

15 de jun. de 2013

Postado por AnaBaú às sábado, junho 15, 2013 0 comentários
E lá estou eu, na cozinha, cozinhando poesia.
Cada ingrediente escolhido pelo coração, delicadamente misturado.
Um pouco de açúcar, canela, uma pitadinha de baunilha e maçãs para finalizar, esta é a receita perfeita para o amor.
Mexendo os ingredientes em sentido horário, e acrescentando bons pensamentos para a massa crescer. Como se cada movimento fosse um agradecimento pela mágica que está acontecendo, em instantes todos aqueles ingredientes se transformam em um pão de maçã que perfuma a casa toda.
O forno é como o sol que doura a nossa pele, e sobre a massa forma-se delicadamente uma crosta dourada como as dunas de um deserto.
Chega então a hora de desvendar os mistérios do deserto dourado que formou-se. Um corte sutil releva um interior macio e perfumado, um verdadeiro oasis.
Fecho os olhos então, e lentamente levo à boca aquele perfumado pedaço de céu, que preenche todos os meus sentidos de um estranho sentimento de gratidão.
Realmente, voltar para casa devolve a poesia que vive em mim.

2 de jun. de 2013

Postado por AnaBaú às domingo, junho 02, 2013 0 comentários
O seu quarto de dormir está vazio, escuro e frio. Do lado da cama está a foto do seu amado.
Não há sequer alguém para dizer bom dia, um boa noite, ou como foi seu dia?
Não há ninguém para preparar um café da manhã, para trazer o jornal ou falar sobre o tempo.
Só há você, o tempo, e a foto do lado da cama.
Não há alguém para pedir como foi o dia de trabalho ou pra pedir se a concordância da frase está certa.
Não há alguém para esquecer o guarda-chuva, ninguém pra tomar banho quente e colocar meia nos pés frios.
O dia está cinza lá fora, e o vento parece que chora, a cortina já não dança mais.
Manhã de inverno para não sair de debaixo das cobertas.
Não há ninguém pra abraçar e aquecer os pés.
Nem sequer o vento quer conversar.
A foto não olha mais, só aquece dentro de quem olha.
Aonde estará nossos velhos sonhos vestindo pijamas listrados?
Onde foi apagado o desejo de que nossos dias tivessem cor?
E o amor, pra onde foi?
E então os dias passam, e aí continua você, em seu quarto vazio, escuro e frio, olhando para a foto do seu amado ao lado da cama.

1 de jun. de 2013

Postado por AnaBaú às sábado, junho 01, 2013 0 comentários
Me sinto como uma pintura que vai perdendo as cores com o tempo. Como se tivesse jogado água antes de secar, a tinta está escorrendo e borrando o que antes foi minha obra de arte.
O pintor original esqueceu-me pendurada no cavalete, não fechou a janela e deixou-me com vontade de voar. Será que ele não sabe que as tintas secam com o vento? Mas que a chuva também pode destruir o que foi feito?
Sinto a chuva escorrendo dentro de mim, tornando as cores todas cinzas. O vento e a chuva desenham rabiscos encima dos traços meus. Quem é que vai olhar para uma velha obra esquecida num canto?
Como uma velha música que nunca saiu do papel, ou a mais linda poesia que não pode ser lida?
Quem me diz que alguém irá abrir as portas e me descobrir aqui nesse canto? E que com delicadeza irá me restaurar? Poderá esse alguém ir devolvendo minhas cores? Consultando meus sonhos para que eu também possa me pintar?
Qual a cor preferida do amor e aonde ele deve ser pintado? Um céu bem azul que aquece o impossível, com flores cheias de perfume. Uma cor que devolva o brilho nos olhos e o calor no coração. Que devolva o olhar. Pra que eu possa então voar, como no dia em que vi o vento passando pela janela.
Qual é a cor preferida do amor? E da vida? Qual é a canção que pode inspirar uma pequena tela esquecida?
Postado por AnaBaú às sábado, junho 01, 2013 0 comentários
Eu não sou mais sua boneca de porcelana, você não vê?
Sufoca-me, aperta-me, prende-me debaixo de suas asas, você não vê?
Preciso de carinho, de cuidado, de abraço, de afago, você não vê?
Toca-me, não sou de vidro. Toca-me, eu posso não quebrar.
Aqui estou eu, com minha folha em branco, desenhando traços que estavam desafinando em mim.
Folha branca, que se pinta de um não-mim. Ou será que isso é o que sou?
Não há calor em mim, e eu fiquei tão longe, tão longe, esquecida num canto cheio de poeira, como uma boneca de porcelana.
Com um vestidinho bonito e um sorriso numa cara pálida. As mãos estão tão longes, olhos se aproximam, mas não tocam, e está tão frio aqui.
Esquecida no escuro e com frio, o toque assusta-me agora.
Preciso e temo.
Agora sou eu que preciso ficar longe, tão longe.
Desejando estar perto, com medo de estar perto.
E assim vou ficando eu,
longe,
tão longe,
cada vez mais longe,
até que desapareça de mim o último fio de vida.

Postado por AnaBaú às sábado, junho 01, 2013 0 comentários
Eu, confusão dentro de mim.

Postado por AnaBaú às sábado, junho 01, 2013 0 comentários
Você tem gosto de torta de maçã com creme amanteigado, seus lábios devem conter o sabor do mais doce mel. Seus olhos são cascatas de algodão doce, azul, azul como o céu ensolarado em tardes de primavera.
Você é tão alto que parece um velho carvalho, alto, altivo, sorrindo, rindo e olhando pra mim.
Eu,pequena flor, que balanço com o sopro do seu corpo.
Encostada no seu tronco, sentindo o seu corpo e querendo alimento.
Podemos casar domingo, quando a primavera encher os campos de cor.
 E então vou me colorir, pra você sonhar.
Doces devem ser seus dedos, longas bisnagas cobertas de açúcar. Faça um caminho pelo meu corpo de pequena flor, para que o beija-flor possa me beijar.Ou então se preferir, me beije você, com seus lábios doces com sabor de maçã.
Eu pequena flor, você grande carvalho.
Um amor com cheiro de manhã de primavera ensolarada.
Basta um pequeno toque de amor. Um carinho, um cúmplice olhar.
Basta que nossos corações se toquem, basta o amor falar.
Então se você quiser, podemos casar domingo.
Meu enorme carvalho, dos lábios sabor maçã.
Postado por AnaBaú às sábado, junho 01, 2013 0 comentários
Então vem pra perto de mim, vem, senta do meu lado, podemos conversar.
Então vem, não precisa nem avisar, é só chegar.
Olhar nos teus olhos, sorrir e tentar agir naturalmente.
Olhar os meus olhos, sorrir e ficar como boba na tua frente.
Me conte então, como foi seu dia?
O que você fez pra comer?
O que você sonhou na noite passada?
Acho que andei passeando pelo seu quarto na noite passada, você estava em meus sonhos, e eu queria tanto ir buscá-lo, para tê-lo só pra mim,  pelo menos até o sol chegar.
Um dia desses a gente pode sair e ficar olhando o sol, sentindo a brisa e apenas nos olhando em silêncio.
Você pensa em mim quando as luzes do seu quarto se apagam?
Sabia que eu penso em ti quando as luzes do meu coração se acendem?
Eu só queria saber o que se passa dentro de ti, porque acho que seus olhos mentem.
Então vem pra perto, senta do meu lado sem avisar, mas vem.

Feito para acabar.

Postado por AnaBaú às sábado, junho 01, 2013 0 comentários
Felice é sognare con te
Speranza é nata
Per questo che
Il cielo é coperto di stelle
Ti guardo, ti voglio
Ti amo.
(Tormento d'amore - Charlotte Church  feat Agnaldo   Rayol)
 

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