31 de out. de 2015

Postado por AnaBaú às sábado, outubro 31, 2015 0 comentários
Não posso mais negar, eu o amo.
O corpo,
o beijo,
o desejo.

Não posso negar, o seu medo.
O sorriso,
a mordida,
o afastamento.

Não nego, nossas semelhanças.
A cumplicidade dos olhos,
a leveza dos sonhos,
o medo do encontro.

Não posso mais negar, nós.
Um espaço no coração,
a morada da paixão,
do amor,
do que for,
se você também quiser
e ser.

Fazer (ser) amor

Postado por AnaBaú às sábado, outubro 31, 2015 0 comentários
Nossos caminhos se cruzam,
se entrelaçam,
se unem,
se afastam,
como nossos corpos.

Fazemos amor,
como deuses com imperfeições,
o encaixe da alma
que repousa no
encaixe do meu queixo no seu ombro.

Somos amor,
cada mínimo movimento
do suor que escorre dos
Dois.
Ou um.
Somos e sentimos,
rimos com a verdade,
não tendo porque escondê-la.

Fazemos amor,
somos amor,
quando os olhos sorriem
e o corpo se entrega,
Quando se é amor,
não há o que temer.

20 de out. de 2015

Mother

Postado por AnaBaú às terça-feira, outubro 20, 2015 0 comentários
Gostaria de estar andando na rua em algum lugar e encontrar você do outro lado. Não sei se iria sorrir pra você, mas se talvez você se aproximasse poderíamos conversar.
Poderíamos conversar como estranhas que somos e assim nos conhecer. Você poderia me falar sobre a sua vida, sobre como foi sua infância e o que você pensava ou então sobre os medos da adolescência e tudo o que aconteceu antes de eu nascer. Quem sabe poderia falar sobre como eu era quando nasci e como foi que nos conhecemos ...
Ao ouvir você eu pensaria que nosso tempo não acabou ... Eu iria lhe falar sobre como me sentia quando era criança, sobre as coisas que eu pensava e sobre as coisas que me causavam medo. Eu lhe falaria sobre como eu gostaria que você estivesse próxima de mim durante todo esse período e o quanto eu preciso de você.

Sabe mãe, eu cresci.
Hoje eu sou uma adulta mas eu ainda penso que poderíamos viver mais próximas, e penso também que para que isso aconteça precisamos nos conhecer e começar uma nova vida nova. Eu não sou mais uma menininha e você também não é.
As vezes tenho medo que você veja que eu cresci e não me ame mais. As vezes eu tenho medo que você não perceba que eu cresci e continue me amando demais.
As vezes eu penso que gostaria que fosse uma mãe que você não pode ser. As vezes penso que não sei que mãe você poderia ser.
Eu não sei se a vida nos dará uma segunda chance e também não sei se você compreenderia ... Mas preciso confessar que seus olhos magoados olhando pra mim - mesmo que em sonho - partem meu coração.
Não sei se você vai deixar de me amar - provavelmente não - ao perceber que cresci. Tenho feito muitas coisas que sei que lhe desagradariam se você soubesse, mas quero que saiba que ainda preciso do seu amor.
Eu fico confusa, mãe. Tenho que escolher o tempo todo se irei ser a filha que você sonhou e merece o seu amor, ou serei a pessoa que acredito que sou e merece viver sem o seu amor.
Talvez se nos encontrássemos na rua e você me falasse sobre a sua vida, eu poderia entender o que se passa dentro de você e assim acalmar esses sentimentos dentro de mim.
Talvez esse encontro nunca aconteça mas, eu gostaria de saber se apesar de todos os meus erros, eu ainda mereço seu amor?
 

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