Gostaria de dizer que te amo, mas é improvável que eu o
sinta. Afinal, o que é que sinto verdadeiramente? Ausências.
Ontem nossos olhos se encontravam e sorriam, nossos corpos estavam próximos sentindo cada
relevo um do outro, a textura, o calor, a umidade, o sabor. Ontem não existiam
empecilhos para que pudéssemos viver intensamente, não havia contras, não havia
nada entre você e eu, mas hoje não sei dizer o que aconteceu, você não
apareceu.
Hoje nossos olhos já não se encontram e meus lábios já não
sorriem, nossos corpos estão distantes e frios, não há calor, não há um sinal
sequer de presença. Hoje não existem razões para estarmos juntos, penso eu.
Gostaria de ouvir da sua boca que já não existe um nós, apenas um você e uma
eu.
Queria sentir aqui, sua lembrança viva pulsa em mim, ela não
consegue ver que esse é apenas um fantasma seu. Diga-me porque já não me quer,
diga onde falhei para que eu possa melhorar, diga-me porque os nossos corpos
esfriaram. Eu sei que falhei, ajude-me a melhorar.
Você não sabe, mas eu costumo lutar até o último instante,
para ter certeza de que se acabou não foi por volta de insistência, não foi por
falta de interesse da minha parte. Só diga que não há mais espaço pra mim na
sua vida e me liberte. Eu já me acostumei com as ausências, não sei porque
acreditei que desta vez seria diferente.
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