15 de dez. de 2013

Ana/Amelie

Postado por AnaBaú às domingo, dezembro 15, 2013
Amélie, menina que nunca sentiu o toque do pai, e nunca teve a compreensão da mãe.
Esperou as estações passarem, cresceu e foi embora atrás do seu destino.
Sozinha, na sala, no quarto, no chão, no céu.
Olhando as pessoas pela janela e pela tv, sem nunca ter coragem de dizer uma palavra a ninguém.
Um objeto que cai, apresenta um novo olhar sobre aquilo que sempre esteve ali. Mais ao fundo, um sonho de alguém escondido em uma lata enferrujada.
Sem nome, sem endereço. Guardado em segredo onde ninguém poderia encontrar. Igual a você.
Ainda em silêncio, andou em todas as direções que poderiam levar ao dono da lata. Se ele se emocionasse igual a ela, acreditaria nas pessoas. Do contrário, continuaria em silêncio.
Inimaginavelmente aquele que sempre estivera ali, apareceu. Lhe deu o nome correto, e o endereço. Manteve-se tão perto e tão distante. Imaginou-se devolvendo milhões de latas escondidas com sonhos dentro.
Passou milhões de vezes ao lado de alguém que reconstítuia fotos que as pessoas abandonavam. Sem saber que ele era aquele que iria reconstituir os sonhos que ela havia jogado fora por medo de sentir.
Ao encontrar alguém com ossos de vidro, descobriu que os seus próprios ossos não quebrariam caso ela caísse.
Com flechas azuis guiou o amor até si própria.
Com seu próprio corpo deixou diversos sinais.
Quis desistir, por não saber proferir palavras.
Os ossos de vidro, bateu-lhe na cara, e pela primeira vez sentiu em seus ossos humanos que estava deixando a felicidade ir embora.
Correu sem olhar para trás e abriu a porta.
Ali estava o amor, apenas esperando ela ter coragem de atender.

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