Despertei.
Minha cabeça está cheia de sonhos que não são meus. Porquê me entregaste teus sonhos, se eu não posso cumpri-los por você?
Esta noite estive passeando por lugares que anseiava ir, lugares sem nome , sem localização exata , sem placas ou números, mas que eu sabia onde se encontrava. Você estava comigo e apagava as luzes por onde passavámos.
A praça continuava a mesma , a chuva que caía era a mesma de duzentos anos atrás e as pessoas que ali passavam, já haviam estado ali.
Nós não pertencíamos a mesma cena , enquanto eu sorria , você se encolhia assustada diante de tudo. Será que não via a beleza que nos cercava? Porquê teu medo te domina?
Lembrei de quando um amor morreu lá , um menino , certa vez , resolveu brincar com os sentimentos de uma menina, e a deixou embaixo da chuva com suas esperanças na mão. Ela se foi e ele nunca apareceu. Você quer que essa história se repita?
Adormeci.
Já era tarde , e não podia continuar navegando por sonhos que não eram meus. Resolvi voltar para casa , para o aconchego de minhas faces e para o doce amor reencontrado. Antes que eu adormeça quero que venha pegar seus sonhos , eu nada posso fazer com eles e minha cabeça já está cheia de mais , para viver sonhos de outras pessoas.
O que está adiante é apenas um veleiro coberto de cinzas, um barco ancorrado e um homem só. Tudo o que ele queria era voltar ao mar para pegar os sonhos que deixou escapar aquela vez.
12 de set. de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário