1 de jun. de 2013

Postado por AnaBaú às sábado, junho 01, 2013
Me sinto como uma pintura que vai perdendo as cores com o tempo. Como se tivesse jogado água antes de secar, a tinta está escorrendo e borrando o que antes foi minha obra de arte.
O pintor original esqueceu-me pendurada no cavalete, não fechou a janela e deixou-me com vontade de voar. Será que ele não sabe que as tintas secam com o vento? Mas que a chuva também pode destruir o que foi feito?
Sinto a chuva escorrendo dentro de mim, tornando as cores todas cinzas. O vento e a chuva desenham rabiscos encima dos traços meus. Quem é que vai olhar para uma velha obra esquecida num canto?
Como uma velha música que nunca saiu do papel, ou a mais linda poesia que não pode ser lida?
Quem me diz que alguém irá abrir as portas e me descobrir aqui nesse canto? E que com delicadeza irá me restaurar? Poderá esse alguém ir devolvendo minhas cores? Consultando meus sonhos para que eu também possa me pintar?
Qual a cor preferida do amor e aonde ele deve ser pintado? Um céu bem azul que aquece o impossível, com flores cheias de perfume. Uma cor que devolva o brilho nos olhos e o calor no coração. Que devolva o olhar. Pra que eu possa então voar, como no dia em que vi o vento passando pela janela.
Qual é a cor preferida do amor? E da vida? Qual é a canção que pode inspirar uma pequena tela esquecida?

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