26 de abr. de 2011

Postado por AnaBaú às terça-feira, abril 26, 2011
Hoje novamente fui árvore. Senti seu abraço e suas raízes também alimentavam a mim.
Estive pensando.
Quem sou eu para dizer que alguém é feio ou bonito? Se quando digo que algo é feio aos meus olhos , bonito lhe parece para outrém. E quando digo que alguém é feio , digo isso a mim também , porquê ele também é parte de mim.
Quem sou eu para acabar com as árvores depois das épocas frutíferas e de sombra? Será que elas não merecem mais a vida depois que me serviram? Quando destruo uma vida , destruo a minha própria , porque ele é parte de mim também.
Descobri também que posso ser minha própria oração. Que quando ouço as batidas do meu coração, o ar entrando em meus pulmões e quando sinto o afago do vento , eu estou orando.
Quem sou eu para tirar da árvore a boa fruta e depois jogá-la dizendo que está azeda? Será que não é minha boca que está amarga demais para sentir a doçura da vida?
Porque quando estou destruindo aos outros , destruo também a mim.
Posso ser abraço e oração. Silêncio. Paixão. Também a morte e destruição.
Posso ser o bem ou mal , mas não posso dizer que aquilo é bom ou é mal , pois tudo depende de quem os olha.
Se alguém fez o mal , este alguém também é parte de mim.
Se alguém faz o bem , o é igualmente.
Pois no mesmo instante em que sou tudo e todos , sou nada e ninguém.

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