Os teus dedos.
Sinto as tuas linhas deslizando nas minhas, ásperas mãos.
Pergunto-te, seriam tuas mãos redondas ou quadradas?
Mãos sensíveis ou práticas?
Tu simplesmente roças teus indicadores na minha palma, ou seria na minha alma?
Deleito-me silenciosamente, imaginando a ponta dos teus dedos percorrendo as minhas costas, te olho e você sorri.
Me desarmo. Roço a ponta dos meus dedos por toda a sua mão, arranho-te, desejo te sentir em toda extensão e textura, e quem sabe em toda sua ternura e sensibilidade.
Ai menino! Quem diria que um dia já fomos amantes? Ou será que ainda somos dois, sem nome? Já não o tenho, mas o toque dos seus dedos contra os meus me acalma.
Agita os meus sentidos, e me enche de ternura só com o olhar.
Acalma os meus sentidos, com a forma como segura a minha mão.
Sinto como se pudesse percorrer o mundo sem medo, porque levo você comigo.
Percorro as tuas linhas, querendo desenhá-las contigo.
Tu percorre as minhas linhas, querendo saber por onde estive.
E assim o tempo passa, nos olhamos, sorrimos, e deixamos que os nossos dedos se encontrem, se descubram, se afastem, se escondam, se sintam.
Assim como fizemos um dia, enquanto o calor do sol ainda brilhava dentro e nós, e tudo o que nós precisávamos para viver, era sorrir.
Te sinto como uma linha viva que cresce e se ramifica em mim.
Te percorro com a certeza que encontrarei a mim mesma no meio do percurso.
Te deixo livre para que percorra os caminhos atrás de sua essência, mesmo que esses caminhos te afastem de mim.
27 de mar. de 2014
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