Amor , primeiro amor.

Ela ia até a janela todos os dias no mesmo horário só para vê-lo passar. Ele percebia e ria. Então ela sonhava. Ela sabia em que horas ele ia para a escola , e então dava um jeito de passar por ele para sentir seu perfume. Ele percebia e ria.
O sorriso dele era tudo o que ela precisava para sonhar , o seu perfume ficava impregnado em seu corpo como impressões digitais de um amor. Amor silencioso. Amor.
Um dia ela caiu , ele a levantou. Novamente ele sorriu , virou as costas e continuou a caminhar. Ela não entendeu. Sofreu. Não quis mais ir até a janela.
Haveria algo de errado com seu corpo? com seu cabelo? suas pernas eram finas demais? seus dentes estavam sujos? Qual seria o modelo ideal de mulher que ele buscava? Ia assim pela rua , com as perguntas perturbando-lhe sem cessar. Ela precisava confessar-lhe seu amor.
Nem percebeu que seu amor estava vindo em sua direção, carregava aquela carta com tanto carinho e decidiu que iria entregá-la de qualquer forma , sem temer a rejeição. Ela estava com tanta pressa que bateu de encontro com ele e a carta caiu.
Se lia : Júlio Te Amo. Ele a olhou , sorriu e disse : Eu também.