21 de mai. de 2017

Para não esquecer parte 1

Postado por AnaBaú às domingo, maio 21, 2017
Carta aos homens da minha vida.
Talvez o primeiro não tenha sido o mais especial, mas com certeza teve um papel importantíssimo para a história que se seguiu. Talvez Alexsander não tenha sido o melhor cara com que transei, mas foi o primeiro. Aquele que abriu as portas e retirou as correntes que me prendiam. Como esquecer da sensação quente e úmida da língua deslizando suavemente pelo meu clitóris? Os orgasmos múltiplos que se seguiram, as mãos firmes segurando minhas coxas me trazendo cada vez mais pra perto... O sangue ... como se o cordão umbilical tivesse sido cortado novamente. O sorriso e a sensação de amor, que na verdade era encantamento e que hoje já não é mais nada.
Também não posso esquecer do Luís, o primeiro tapa na cara, a primeira marca da violência que ficou estampada em meu corpo e foi a porta de entrada para todas as outras.
O Pablo, no quarto de motel, o quase orgasmo, a frase "eu sei quem você é".
As inúmeras chupadas em pessoas que não possuem nome, nem cara. No carro, no banheiro, no sofá ... A língua quente que novamente veio me presentear com inúmeros orgasmos ... os puxões de cabelo, os tapas na bunda, a porra espalhada pela cara, pelos seios e pela alma.
Ao pintor que transformou meu corpo em sua tela, que me brindou com novas posições e cores ... a camisinha de caipirinha, uva, menta, chocolate, o óleo escorrendo pelas minhas pernas e que nunca me levou ao orgasmo.
Ao estrangeiro que me permitiu conhecer outras terras em seu corpo, pela descoberta de um novo orgasmo, pelos xingamentos em outra língua, pelo tapa na bunda, a mordida do peito, o arranhão nas costas, a chupada nas bolas e o dedo que escorregou sem querer e logo se transformou em dois ... em cavalgada.
Ao cara que gostava de transar no escuro: - Pra que ver, se você pode sentir - dizia ele. Ao seu orgasmo silencioso e ao meu orgasmo estridente, suponho que um dos melhores da minha vida. Ao quase filósofo, pelas discussões pós-orgasmo.
Esta pequena carta dedica-se também aos que virão, aos caras que irão para casa sem se preocupar com o meu orgasmo, aos que tornarão meu orgasmo uma obrigação, aos que me tratarão como uma rainha e aos que me farão sua putinha.... Aos que tentarão me colocar uma coleira e aos que sentirão o peso do meu chicote...
Enfim, aos homens que permitem que a minha vida nunca seja a mesma. Hoje eu sei que o amor não tem nada a ver com uma experiência inesquecível.

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