Não há passos no sótão, não há risos passando pelas janelas, não há ninguém. Tudo o que existe é uma máquina de escrever posta em frente a uma janela no terceiro andar e uma pessoa solitária escrevendo para se sentir menos só.
O que mudaria naquela estação?
O frio estava chegando, mas o frio maior estava em seu coração. Não havia cores em sua face, nem luz no seu sorriso, nem sei quando foi a última vez em que sorri. Mãos frias em um corpo frio abandonado, sem toque, sem beijo nem abraço. O sino da capela toca ao longe e não há ninguém.
Ninguém entrará por aquela porta, ninguém telefonará, ninguém ao menos lembrará que existe alguém sentado em frente a uma máquina de escrever no terceiro andar com frio.
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