10 de mai. de 2014

Postado por AnaBaú às sábado, maio 10, 2014
Caminhos novos se abrem todos os dias. Caminhos antes novos tomam rumos diferentes. Caminhos terminam em becos-sem-saída. E então somos obrigados a construir nossas próprias saídas, para os caminhos que criamos e escolhemos.
Eu, assim como você, já sabemos por que caminhos andamos. Terrenos arridos, relevos, planos, subidas íngremes, areia macia, areia movediça... Os mais diversos solos foram provados pelos nossos pés, testando nossa resistência, nossa fé, nossa convicção, mas nós já sabemos por onde estivemos.
Sinto que agora é hora de deixar que as memórias de meus pés descansem. É preciso andar como um desconhecido e conhecer novamente as planícies, os verdes campos, as estradas rochosas, as flores na beira da estrada. É preciso voltar a andar como um recém-nascido, hora com medo, hora com entusiamo, como um explorador de si mesmo que percorre caminhos distintos dentro de si mesmo.
O caminho passado, assim como a bagagem foram deixadas num canto da estrada, sem nome e sem endereço para devolução. Parto sozinha, pois já tenho dentro de mim tudo o que necessito para seguir viagem. Não estou dizendo que continuarei sozinha durante todo o percurso. Sei que a diante alguém terá água fresca para me oferecer, ou então serei eu que oferecerei um pedaço de fruta, um pedaço de pão, um pedaço de mim.
É preciso conhecer o novo caminho, deixar que o novo me encontre, estar aberta para que o novo entre. Eu já conheço a minha história, essa velha história que aconteceu à anos atrás, já sei por onde estive, com quem estive, com queria ter continuado, com quem queria ter deixado ir mais cedo. Quando olho para trás, já sei ... já sei... já sei, não há nada mais que fazer lá.
Olho para frente e o mundo me espera. Me abraça, me conforta e diz que estava a muito me esperando. E eu vou, não importa se sozinha ou acompanhada, confiante ou assustada, eu sei que vou e a estrada me conduz para o caminho que me leva até aonde eu devo ir, dentro de mim mesma.

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