“Pode-se amar alguém
quando se odeia a si mesmo? Pode-se viver em bom entendimento com os outros
quando não se está de acordo com o próprio coração? Pode-se oferecer algo de
bom para a sociedade quando se está aborrecido e fatigado com a própria existência? [...] De que servirá a
beleza, o presente mais precioso que os Imortais podem dar aos homens, se quem
a possui não gosta de si mesmo? Quais serão as vantagens da juventude, se é
infectada pelo negro veneno da melancolia?
Ora, o que é a vida? É uma espécie de comédia
contínua em que os homens, disfarçados de mil maneiras diferentes, aparecem em
cena, desempenham seus papéis, até que o diretor, depois de tê-los feito mudar de
disfarce e aparecer ora sob a púrpura soberba dos reis, ora sob os andrajos
repulsivos da escravidão e da miséria, força-os finalmente a sair do palco. Em
verdade, este mundo não é senão uma sombra passageira, mas assim é a comédia
que nele representamos todos os dias.”
Elogio à Loucura - Erasmus.
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