13 de jun. de 2014

Postado por AnaBaú às sexta-feira, junho 13, 2014
Alguém vai estar esperando quando você chegar em casa. O céu pode esperar por você um pouco mais. Fico na porta te esperando com os braços abertos, mas você nunca vem. Eu posso esperar por você, mas não sei quanto.
Você ainda é a menina dos meus olhos, pequenina, que ainda tem medo do bicho-papão, que ainda quer colo, abraços fortes e muitos beijos. E você ainda espera que alguém esteja na porta esperando você chegar, mas ninguém nunca está.
Eu ainda sou uma mulher, as vezes doce, as vezes amargurada, que espera alguém chegar para cuidar. Ninguém nunca chega. É preciso sair de casa para buscar lenha, o fogo aquece a casa, mas não aquece o coração.
As duas vivem em mim, mas nunca se cruzam, nunca se encontram, mas ambas esperam.
Uma corre na chuva enquanto a outra corre da chuva.
Uma suja os pés na terra, a outra lava calçados.
Uma lambuza os dedos na cobertura do bolo, a outra separa os ingredientes.
Ambas em mim,
ambas feridas,
esquecidas,
sempre presentes,
dores ausentes,
lembranças ardentes,
medos inconfessáveis,
sonhos encantados,
até quando aprisionados?

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