Outrora imensos mares inundavam essas terras, fazendo com que muitas plantas fossem sufocadas.
A água se foi, e agora só há sol, queimando a terra, secando veios de emoção, me deixando seca e árida, impossível de produzir uma erva daninha sequer.
O inverno se aproxima, e penso que a terra que sou precisa descansar.
Colheitas excessivas desgastam, tiram, levam todos os nutrientes e me deixam estéril.
Sinto que preciso deixar de produzir para pensar quais são os tipos de semente que venho cultivando. Seriam as sementes mais indicadas para o que desejo colher? Até onde vai a minha responsabilidade pela colheita? Até onde eu não necessito da colaboração do sol e das chuvas?
Foi preciso que as águas cessassem também, porque os mares internos revelassem os tesouros perdidos no interior. Ninguém disse que a chuva jamais viria e que rios voltem a correr.
Não é só a semente que precisa morrer.
Eu, terra que sou, descanso dos meus mares, para que um dia eles voltem a nutrir-me e que eu possa ser novamente flor.
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